O boleto bancário é o método de pagamento mais utilizado pelas empresas brasileiras, com 65% de adesão, conforme o levantamento “Panorama de Gestão Fiscal e Financeira 2025”, realizado pela plataforma de tecnologia Qive. O estudo, divulgado nesta quarta-feira (22), ouviu 400 empresas de diferentes regiões do país.
O Pix aparece como a segunda opção mais popular, escolhido por 33% das empresas, enquanto o cartão de crédito é utilizado por apenas 2% no ambiente corporativo. Essa preferência pelo boleto contrasta com o comportamento dos consumidores individuais, em que o Pix, lançado em 2020, domina amplamente.
De acordo com a pesquisa, a segurança é o principal fator que explica a popularidade do boleto entre as empresas. Ele oferece comprovantes rastreáveis e padronizados, além de contar com processos de múltiplas aprovações que reduzem os riscos de fraudes. Outro aspecto é a limitação tecnológica: muitos sistemas de gestão empresarial (ERPs) ainda não possuem integração completa com o Pix, o que dificulta sua adoção no meio corporativo.
Em 2023, mais de R$ 5,8 trilhões foram movimentados por boletos no Brasil, segundo a Febraban. No entanto, o grande volume financeiro também exige cuidados. “Recomendamos o uso de plataformas com recursos de identificação antifraude e a automação da conciliação com as notas fiscais para maior segurança”, afirma Adriana Karpovicz, Diretora de Vendas da Qive.
Quase metade das empresas ouvidas (48%) apontou gastar tempo excessivo em atividades manuais relacionadas à gestão de pagamentos e notas fiscais. Apesar disso, há uma resistência em adotar novas ferramentas por medo de substituição de funcionários. “A automação não busca substituir pessoas, mas liberar os profissionais para atividades mais estratégicas”, explica Karpovicz.
A pesquisa também destacou a preocupação das empresas com a complexidade do sistema tributário brasileiro. Para 69% dos entrevistados, as mudanças constantes nas regras fiscais são um problema crítico. Além disso, 43% das empresas relataram já ter enfrentado multas fiscais, sendo o índice mais elevado no Nordeste (53%), onde as legislações estaduais mais complexas e a falta de tecnologia ampliam as dificuldades.
Mais da metade das empresas (54%) acredita que até 10% de seu faturamento está comprometido com o pagamento de multas fiscais, ressaltando a importância de investir em processos automatizados e equipes capacitadas para evitar penalidades.
A pesquisa reflete os desafios e as oportunidades que as empresas enfrentam em meio à transformação digital e à crescente necessidade de eficiência nos processos financeiros.