Quem é pai sabe como pode ser difícil, muitas vezes, influenciar os filhos a terem uma alimentação saudável desde pequenos. Uma estratégia que está em alta atualmente é montar lanches criativos, divertidos e coloridos, para atrair o interesse das crianças para os alimentos – abordagem que é aprovada pela nutricionista e mestre em saúde da criança e do adolescente, Vanêssa Melo.
Ela explica que, quando os alimentos são apresentados de forma atrativa, como em formatos de animais ou desenhos, a criança pode associá-los a algo divertido e estar mais disposta a experimentá-los. Além disso, combinações de cores e texturas podem ajudar a aguçar o senso de curiosidade e ser uma ótima porta de entrada para novos alimentos.
“Lanches criativos e coloridos despertam o interesse das crianças e tornam a experiência de comer mais lúdica”, destaca.
Caso exista uma resistência por parte dos pequenos a aceitar frutas, verduras e legumes, é importante entender, primeiramente, o motivo por trás disso. Segundo a nutricionista, a aparência pode ser uma barreira inicial, já que muitas crianças têm preferências visuais e podem rejeitar alimentos que não conhecem ou que não consideram atraentes.
Além disso, ela afirma que a influência da família é crucial. “Se o ambiente familiar não valoriza esses alimentos ou não os inclui nas refeições de forma consistente, a criança tende a imitar esse padrão”, explica Vanêssa. Ainda, o fator biológico também deve ser considerado, já que o paladar infantil é mais sensível e, muitas vezes, rejeita sabores amargos ou ácidos, que são comuns em vegetais.
Porém, existem outras estratégias que podem incentivar os baixinhos a terem uma relação melhor com comidas saudáveis, como:
- Incluir a criança no processo: levá-la às compras, incentivá-la a escolher os alimentos e envolvê-la no preparo das refeições;
- Dar o exemplo: a família precisa consumir regularmente frutas, verduras e legumes para que a criança se inspire;
- Oferecer variedade e frequência: mesmo que a criança rejeite um alimento inicialmente, é importante continuar oferecendo de formas diferentes, sem forçar;
- Criar uma experiência positiva: apresentar os alimentos de maneira divertida e sem pressão, associando o momento a algo prazeroso.
Outro aspecto que deve ganhar mais atenção dos pais é o lanche escolar, pois é uma refeição que contribui para o desenvolvimento físico e cognitivo da criança, explica a nutricionista. “Alimentos ricos em nutrientes fornecem energia para o aprendizado, melhoram a concentração e ajudam a prevenir problemas de saúde como obesidade infantil e deficiências nutricionais”, afirma.
Ela destaca, também, que a escola é um ambiente onde os hábitos alimentares podem ser reforçados e até mesmo influenciar os colegas, “criando um círculo virtuoso de alimentação saudável”, acredita.
Nesse sentido, um lanche completo e nutritivo deve conter:
- Frutas frescas: maçã, banana, uva ou melancia;
- Vegetais cortados: cenoura ou pepino em palitos, que podem ser combinados com pastinhas saudáveis;
- Proteínas: ovo cozido, queijo em cubos ou pastinhas de grão-de-bico (hommus);
- Carboidratos integrais: sanduíches com pão integral, tapioca ou bolos caseiros com menos açúcar;
- Oleaginosas: castanhas ou amêndoas, em porções pequenas, dependendo da idade;
- Bebidas: evitar sucos artificiais e refrigerantes, optando por água ou sucos naturais sem açúcar.
Por fim, alguns comportamentos por parte dos pais e/ou responsáveis pelas crianças podem ser adotados para melhorar a alimentação dos pequenos:
- Estabeleça uma rotina alimentar: manter horários regulares para as refeições ajuda a criar disciplina e evitar beliscos desnecessários;
- Evite recompensas com comida: oferecer doces como “prêmios” pode criar uma relação inadequada com os alimentos;
- Reduza o consumo de ultraprocessados: incentive o consumo de alimentos naturais ou minimamente processados;
- Converse sobre alimentação: explique para a criança, de maneira simples, como os alimentos saudáveis ajudam no crescimento, na energia e até no desempenho escolar.