Apesar do calor que tem tomado conta do País nas últimas semanas, o verão começou oficialmente no Brasil no último sábado (21). E com ele vem a necessidade de ampliar ainda mais os cuidados com a pele. Saúde e estética andam juntos quando o assunto é proteção solar. Por isso, o item indispensável na necessaire em qualquer época do ano se torna ainda mais quando há longa exposição ao sol, comum em lugares como praia e piscina, por exemplo.
O produto tem como principais funções a prevenção de queimaduras solares, envelhecimento precoce e do câncer de pele. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer de pele é o tipo mais comum no Brasil, um reflexo do clima tropical e ensolarado predominante em grande parte do ano.
Segundo a dermatologista Cristina Salaro, durante o verão, os riscos aumentam devido à maior exposição à radiação solar, com dias mais longos e uma incidência mais perpendicular à superfície da Terra. Isso torna a radiação mais concentrada, potencializando os danos à pele, especialmente entre as 10h e as 16h, quando os raios solares são mais intensos. Portanto, é essencial redobrar a proteção nesta época.
Como escolher o produto ideal?
A escolha do protetor solar ideal depende das características de cada pele. O filtro solar deve proteger contra os raios UVA e UVB e a recomendação mínima para a maioria da população brasileira que tenha FPS de, no mínimo, 30. “As pessoas de pele mais clara, com câncer de pele ou doenças que deixam a pele mais sensível devem usar um protetor solar com um FPS maior, de acordo com a orientação do dermatologista“, diz Cristina.
No entanto a especialista alerta que quem tem pele negra também precisa caprichar na proteção. “Embora a pele negra tenha essa resistência natural aos raios solares, essa proteção não é ‘completa’. As dicas para proteger a pele negra são basicamente as mesmas para qualquer tipo de pele; lembrando que são mais sensíveis à radiação pela luz visível”, analisa.
As principais dicas na hora de aplicar para garantir uma proteção eficaz são: usar o produto 20 minutos antes da exposição ao sol ou ao entrar na água, de forma homogênea, sobre a pele seca e reaplicar a cada duas horas de exposição ao sol e após atividades como natação ou transpiração intensa, conforme explica Cristina Salaro. Já em relação à quantidade, o recomendado pela Sociedade Brasileira de Dermatologia é uma colher de chá para o rosto, cabeça e pescoço, uma colher de chá para cada braço e duas colheres de chá para o tronco.
Inclusive, Cristina Salaro diz que o FPS presente em produtos como base e hidratantes é baixo, ou seja, a proteção é pequena e insuficiente.
Mas o que significam as siglas?
Entre as siglas mais comuns nas embalagens dos produtos estão as famosas UVA e UVB, que são os tipos de raios mais prejudiciais para a saúde da pele. De acordo com a dermatologista, os raios UVA penetram profundamente na pele, chegando até a derme, a camada mais profunda. Estão presentes durante todo o ano, mesmo em dias nublados ou frios e são os principais responsáveis pelo envelhecimento precoce, manchas e alergias solares. Já os raios UVB penetram de maneira mais superficial na epiderme e são mais intensos entre as 10h e as 16h. “São os principais causadores de queimaduras solares, vermelhidão e bronzeamento”, diz a médica.
Já as siglas FPS, PPD e PA indicam o grau de proteção para a pele. O primeiro significa Fator de Proteção Solar e mede a proteção contra os raios UVB, que causam queimaduras e vermelhidão na pele. O PPD significa Persistent Pigment Darkening, ou Fator de Proteção UVA, que mede a proteção contra os raios UVA; enquanto o “PA é a escala PPD, ou seja, o grau de proteção UVA de um protetor solar. A gradação é indicada por sinais de adição: PA+, PA++, PA+++, PA++++; quanto mais sinais houver, maior a proteção contra os raios UVA”, pontua Cristina.
Outra dúvida comum em relação a nomenclaturas é sobre os termos filtro, protetor e bloqueador solar, que muitas vezes, os termos “filtro solar” e “protetor solar” são usados de forma intercambiável, mas existe uma diferença. Cristina Salaro explica que o filtro solar é o ingrediente ativo responsável pela proteção contra os raios UV, podendo ser físico ou químico. “Já o protetor solar é o produto final, que contém o filtro solar e outros componentes, como hidratantes ou pigmentos”, ressalta.
Enquanto isso, o termo bloqueador solar também é usado de maneira incorreta frequentemente, porque, segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), é impossível bloquear o sol completamente.