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“Quero mostrar como vemos o mundo”, diz fotógrafo com Síndrome de Down

No Dia Mundial da Síndrome de Down, o GPS Lifetime conta a histórias de dois personagens que ultrapassam a conversa da superação

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Filho de uma família de fotógrafos, Ian Stuckert seguiu o exemplo e atua há 14 anos na profissão. Com uma visão delicada e peculiar sobre o mundo, ele trabalha desde o início da carreira com um tema que requer sensibilidade e conhecimento, a Síndrome de Down. Isso não só por escolha, mas vivência. Ian nasceu com a condição genética e por meio de sua arte traz ao público uma perspectiva de respeito e acolhimento com essa população.

 

“Quero mostrar como pessoas como nós vemos o mundo. Pode ser diferente, mas no final todos somos diferentes uns dos outros”, disse Ian ao GPS Lifetime.

 

A Secretaria de Saúde do DF não tem uma estimativa de quantas pessoas com Síndrome de Down existem na cidade. No entanto, segundo eles, “há uma incidência de 1 a cada 600/800 nascidos vivos, além de 2100 crianças e adultos cadastrados” no serviço de apoio ao público e às famílias – chamado Crisdown.

 

Nesta terça-feira, 21, comemora-se o Dia Mundial da Síndrome de Down e, por isso, é importante trazer histórias inspiradoras e reais com as de Ian a fim de mostrar que diariamente essas pessoas enfrentam o mundo não sob um ponto de vista de limitações e preconceito impostos a elas, mas com um olhar corajoso de que o diferente não é limitado, mas repleto de possibilidades e um futuro brilhante.

 

“Nós somos como qualquer outro ser humano. Podemos fazer muitas coisas, é só não ter preconceito”, explica Ian sobre o caminho que trilhou nos últimos 14 anos.

 

A primeira exposição fotográfica do jovem foi aos 12 anos de idade. A mostra Olhares ocorreu junto de alguns amigos especiais e iniciou uma jornada de educação social e projetos de sucesso por meio do olhar. Em seguida, foram mais três exibições, desta vez com 10 amigos também com Síndrome de Down

 

 “Todas as exposições foram importantes para mim. Todas as vezes, me senti feliz em fazer momentos ficarem para sempre nas minhas fotos”, afirma o jovem todo orgulhoso.

 

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Foto tirada por Ian Stuckert na exposição Universo de Augustos

 

Amigo de Ian e com a mesma condição, Caíque também é fotógrafo e tem intimidade com a câmera desde pequeno. À reportagem, o jovem contou que desde criança fotografava brinquedos, o pé dele, desenhos e o mais legal, na época usava só o celular.

 

“A Síndrome de Down não é só o que a ciência fala. A gente pode fazer tudo que outras pessoas fazem, mas do nosso jeito”, ressaltou Caíque.

 

O Diário de Inclusão Social (DIS)

Tanto o Ian, quanto Caíque fazem parte do Diário de Inclusão Social (DIS), grupo de 10 jovens fotógrafos com Síndrome de Down que, segundo a mentora do grupo, Gisele Santos, “se uniram para mostrar ao mundo, através da fotografia, toda a sua potencialidade”.

 

“Como fotógrafa orientadora, sou testemunha do quanto é transformador a fotografia como instrumento de inclusão. Eles desenvolvem o sentimento de pertencimento, que faz querer estar com o outro, ainda que o outro não seja nosso igual”, conta a mentora.

 

A equipe está reunida desde 2018 e ao menos três exposições já ocorreram ao longo desse tempo. Galera do DIS – Clicando por aí, Um olhar especial para a natureza e Pandemia – um olhar plural são algumas das mostras que rodaram pelo Brasil.

 

Desde 20 de março, o DIS também está com uma exposição no Senado Federal. Amigos para Sempre ressalta o valor da amizade das pessoas com Síndrome de Down, explicando por meio de imagens a importância que eles tem em compartilhar experiencias, interesses, memórias, sentimentos e emoções entre si. No dia 25, a exibição segue para o Pier 21.

 

O Dia Mundial da Síndrome de Down, comemorado todo 21 de março, foi proposto pela ‘Down Syndrome International‘ já que a data se escreve 21/3, o que faz alusão à trissomia do 21. A primeira comemoração ocorreu em 2006 e a data já é reconhecida pelas Nações Unidas.

 

E como recado final sobre essa população, assim como Ian, Caíque deixa claro que pessoas com Síndrome de Down são como qualquer outra, e inclusão é a palavra que ainda precisa ser levada em consideração pelo público geral.

 

“Queremos namorar, ir ao shopping, à igreja, andar de bicicleta. Só queremos viver a vida com todo mundo”, explica.

 

Veja alguns cliques de Ian e Caíque na exposição Universos de Augusto, do amigo e artista Augusto Corrêa:

 

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