O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enfrenta resistência no Congresso Nacional para avançar com o pacote de revisão de gastos públicos. Apesar de ter conseguido aprovar as urgências do projeto de lei (PL) e do projeto de lei complementar (PLP), a margem foi mínima: 267 e 260 votos, respectivamente, apenas três a mais que o necessário para pular etapas na Câmara.
A maior preocupação é a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC), que exige ao menos 308 votos em dois turnos. A admissibilidade do texto travou na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), e líderes governistas buscam alternativas.
Nos bastidores, parlamentares apontam que o maior entrave está nas emendas. A decisão do ministro do STF Flávio Dino de impor restrições aos repasses aumentou a insatisfação de deputados e senadores, dificultando as negociações do Planalto.
Pressão por articulação política
O líder do governo, Randolfe Rodrigues (PT-AP), anunciou esforços para liberar R$ 7,8 bilhões em emendas represadas. O pagamento, previsto para esta sexta-feira (6), é visto como essencial para destravar as pautas no Congresso antes do recesso parlamentar, marcado para 23 de dezembro.
Enquanto isso, deputados e senadores esperam que o governo nomeie relatores para os textos e aumente o poder de convencimento. Sem isso, a base governista pode se deparar com novas derrotas em um cenário já marcado pela fragilidade política.
A próxima semana será decisiva para a aprovação das propostas, mas o relógio corre contra o Palácio do Planalto.