No universo da maternidade, a amamentação é um dos momentos mais significativos, mas também um dos mais desafiadores para muitas mulheres. De acordo com dados do Ministério da Saúde, em 2021, apenas 43% dos recém-nascidos no Brasil foram amamentados exclusivamente até os seis meses, o que ressalta a importância de orientação profissional. Para oferecer suporte nesse processo, Aline França, consultora de amamentação e pós-graduanda em neurociência do sono infantil, vem se destacando nos últimos oito anos, ajudando famílias a navegar por essa jornada complexa.
Aline defende que a preparação para a amamentação deve iniciar ainda na gestação. “O pré-natal da amamentação é fundamental. Muitas mães chegam à maternidade acreditando que amamentar é instintivo, e se frustram ao lidar com as dificuldades que se apresentam nos primeiros dias. Meu objetivo é fornecer o conhecimento necessário para que elas se sintam confiantes e preparadas para posicionar o bebê e identificar os sinais de alerta para uma ajuda profissional oportuna”, explica.
Durante suas consultas na gestação, Aline aborda temas cruciais, como a pega correta, as posições para amamentar e os sinais de que o bebê está se alimentando bem. Ela também se dedica a desmistificar crenças comuns que podem prejudicar a experiência da amamentação. Segundo a Pesquisa de Prevalência de Aleitamento Materno realizada em 2019, 52% das mães relataram dificuldades na amamentação, reforçando a necessidade de apoio especializado.
Após o parto, Aline continua a acompanhar as famílias, desde o hospital, oferecendo suporte emocional e prático. Ela também fica atenta à saúde mental das mães, reconhecendo que a amamentação pode ser um período de grande ansiedade e estresse. De acordo com estudos, a amamentação está associada a uma redução do risco de depressão pós-parto, mas a falta de suporte pode levar a um aumento na incidência dessa condição. “Muitas mulheres sentem-se sozinhas e inseguras. Meu papel é estar ao lado delas, apontando os caminhos, trazendo informação, e acolhendo quando é preciso”, comenta.
Um dos grandes desafios que Aline observa é a transição da amamentação para o retorno ao trabalho. Em uma pesquisa realizada pela Fundação Oswaldo Cruz, 60% das mães relataram que a falta de apoio no trabalho foi um fator que contribuiu para a interrupção da amamentação. Muitas mães se preocupam em manter a amamentação após a licença-maternidade, e Aline está lá para orientá-las. “Ensino técnicas de ordenha e armazenamento do leite, além de estratégias para que a mãe possa continuar amamentando mesmo com a rotina de trabalho”, explica.
O impacto do trabalho de Aline é evidente nas histórias que as famílias compartilham. “Não sou apenas uma consultora; sou uma parceira nessa jornada. Meu trabalho é trazer as melhores informações para que a mãe possa tomar decisões de acordo com seus limites, realidade e rede de apoio”, conclui. Segundo dados do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional, mães que recebem suporte adequado durante a gestação e o pós-parto têm 50% mais chances de manter a amamentação por seis meses ou mais.
Com um compromisso de promover a saúde e o bem-estar das mães e crianças, Aline França tem se tornado uma referência na área de amamentação. Seu trabalho vai além da mera orientação sobre aleitamento; trata-se de construir uma rede de suporte que não apenas fortalece laços familiares, mas também prioriza a saúde mental materna, promovendo um início de vida saudável e mais leve.