Caio Barbieri O serviço Família Acolhedora lançará, na próxima quinta-feira (24), uma campanha para encontrar lares temporários para crianças e adolescentes no Distrito Federal. A meta é atrair 150 novas famílias voluntárias para acolher, de forma temporária, jovens afastados de suas famílias por violações de direitos.
A campanha, que tem o tema “Amor que cresce com você”, busca conscientizar a população sobre a importância do acolhimento familiar e esclarecer os requisitos para participar do programa.
O acolhimento familiar é uma medida protetiva judicial destinada a crianças e adolescentes que, por motivos de segurança, precisam ser afastados de suas famílias de origem.
Julia Salvagni, psicóloga e coordenadora do serviço, destaca a importância do acolhimento. “Precisamos de uma mudança de cultura em relação ao acolhimento no Brasil. Não se trata do apego do adulto, mas sim das necessidades das crianças e do impacto positivo a longo prazo”, afirma.
Salvagni ressalta que o acolhimento familiar oferece benefícios como a criação de autonomia, organização da rotina e a mitigação de danos emocionais decorrentes da separação.
“O acolhimento familiar favorece a criação de vínculos, proporcionando segurança e cuidado até que a criança possa retornar à sua família ou seguir para adoção”, completa.
O acolhimento é temporário, com prazo de até 18 meses, podendo ser prorrogado. Durante esse período, uma equipe técnica trabalha para viabilizar o retorno da criança ou adolescente ao convívio familiar. Caso isso não seja possível, a criança pode ser encaminhada para adoção ou para outra solução familiar.
Segundo dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), no Brasil, cerca de 30 mil crianças e adolescentes estão sob medida de proteção, sendo que 96% estão em abrigos e apenas 4% em famílias acolhedoras. No Distrito Federal, 27 crianças e adolescentes estão em lares temporários, enquanto 387 permanecem em instituições de acolhimento.
As famílias interessadas em participar do programa devem atender a requisitos como ser maior de 18 anos, não ter a intenção de adotar e não possuir antecedentes criminais ou dependência química.
Além disso, as famílias precisam estar dispostas a oferecer tempo, afeto e estabilidade emocional durante o período de acolhimento.
Para mais informações sobre o processo de inscrição, os interessados podem preencher um formulário disponibilizado pela campanha.
