A funcionária Jacqueline Iris Bacellar de Assis, responsável por assinar os exames de HIV errados que resultaram na infecção do vírus em pacientes transplantados no Rio de Janeiro se entregou a Polícia Civil do Rio de Janeiro nesta terça-feira (15). As informações são da CNN.
Nesta segunda (14), o sócio principal, Walter Vieira, e o técnico responsável pela análise do material, Ivanilson Fernandes, foram presos.
Jacqueline, em maio deste ano, teria assinado o laudo com um número no registro no Conselho Regional de Biomedicina que pertence a outra pessoa, e está inativo desde junho de 2023.
A verdadeira dona do número de registro, Júlia Moraes, disse que irá comunicar o ocorrido ao Conselho Regional de Biomedicina e registrar um boletim de ocorrência. Júlia disse que não atua mais como biomédica a dois anos e o registro está cancelado por ter deixado de pagar a anuidade ao conselho. Atualmente, ela é empreendedora de artesanato e irá abrir uma papelaria personalizada.
“Eu nunca trabalhei no Rio de Janeiro, apenas em São Paulo, e nunca em laboratório. Nunca trabalhei com análises clínicas. Trabalhei para um laboratório fazendo as coletas de DNA para exames de paternidade e afins, mas nunca trabalhei no laboratório citado”.
De acordo com o advogado de Jacqueline, José Félix, ela não tinha poder para assinar laudos e resultados de exame. Ela os receberia e seriam encaminhados para um médico do laboratório, que seria responsável por assina-los. O advogado ainda disse que ela é registrada no Conselho de Farmácia e nunca cursou Biomedicina.
O Conselho Regional de Biomedicina da 1ª Região (CRBM1) informou que está acompanhando o caso e informou que a dona efetiva do registro deve realizar um “Boletim de Ocorrência e encaminhe cópia ao Conselho para resguardar o seu exercício profissional”.
Veja, a nota do laboratório PCS Lab sobre os fatos:
O laboratório PCS Lab Saleme informa que os resultados preliminares da sindicância interna apontam indícios de erro humano na transcrição dos resultados de dois testes de HIV, o que levou à infecção de seis pessoas. A empresa, embora ainda não tenha sido notificada formalmente sobre o andamento das investigações – nem na esfera criminal, nem na administrativa – está à disposição das autoridades e colabora com a Fundação Saúde do Governo do Estado do Rio de Janeiro.
Em relação a Jacqueline Iris Bacellar de Assis, o PCS Lab esclarece que ela informou ao laboratório diploma de biomédica e carteira profissional com habilitação em patologia clínica. Já no PCS Lab, ela também assinou diversos laudos de exames nos últimos meses.
Sobre Matheus Sales Teixeira Bandoli Vieira, o PCS Lab ressalta que ele trabalha na empresa fundada pelo seu avô em 1969. Nos últimos 12 meses, o PCS Lab realizou mais de 3 milhões de exames. Desde o início da prestação de serviços à Fundação Saúde, em 1⁰ de dezembro de 2023, o laboratório adquiriu pelo menos 900 testes de diagnóstico de HIV, recomendados pelo Ministério da Saúde e pela Anvisa para examinar amostras de doadores de órgãos. Conforme informado pela imprensa, das 286 amostras submetidas a novo teste no HemoRio, os primeiros 205 resultados divulgados deram negativo para HIV, confirmando os laudos do PCS Lab.
O PCS Lab esclarece, ainda, que não tem contato com os receptores de órgãos, cujos dados são mantidos em sigilo pela Central Estadual de Transplantes (CET). O laboratório reafirma que dará todo suporte necessário às vitimas assim que tiver acesso oficial à identidade delas. Durante todo o processo de transplante, a única informação que o PCS Lab recebe sobre os doadores é a amostra de sangue – identificada apenas por código – colhida pela equipe da CET e entregue ao laboratório.