A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) demonstrou preocupação com a recente decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de aumentar a taxa Selic em 0,25 pontos percentuais, levando os juros básicos para 10,75% ao ano. A medida, que acompanha expectativas do mercado, deve dar início a um ciclo de alta que pode estender-se até o final de 2025, com a taxa chegando a 12% ao ano.
Em meio ao cenário internacional, o Federal Reserve, o Banco Central dos Estados Unidos, optou por uma abordagem oposta, reduzindo sua taxa de juros em 0,5 p.p., deixando-a entre 4,75% e 5%.
A CNC destaca que, embora entenda a necessidade de controle fiscal e combate à inflação, o aumento da Selic traz consequências preocupantes para setores como o comércio e o turismo, que dependem fortemente do crédito.
“O aumento dos juros eleva o custo de capital para as empresas, dificulta o acesso a financiamentos e encarece o crédito ao consumidor”, afirmou a Confederação. Segundo a entidade, o impacto pode ser ainda mais grave em datas comerciais importantes, como Black Friday e Natal.
Conforme a CNC, o cenário de deterioração fiscal no Brasil, somado à falta de clareza em relação à meta de déficit zero, intensifica as incertezas. “A solução está recaindo sobre os juros, prejudicando o crescimento econômico”, lamentou a entidade.