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Novas poltronas da Sala Martins Pena preservarão concepção original do Teatro

Espaço recebe novos assentos seguindo o design original de Sérgio Rodrigues
As obras na Sala Martins Pena estão na etapa final de acabamento; o espaço terá 488 novas cadeiras, desenhadas de acordo com a estética original esboçada pelo arquiteto Sérgio Rodrigues | Fotos: Paulo H. Carvalho/ Agência Brasília
As obras na Sala Martins Pena estão na etapa final de acabamento; o espaço terá 488 novas cadeiras, desenhadas de acordo com a estética original esboçada pelo arquiteto Sérgio Rodrigues | Fotos: Paulo H. Carvalho/ Agência Brasília

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As obras de restauração do Teatro Nacional Claudio Santoro, o maior equipamento cultural do Brasil, avançam para sua etapa final. A reforma vai além de melhorias de segurança e acessibilidade, com foco também na preservação patrimonial. Um dos destaques recentes foi a instalação das 488 novas poltronas na Sala Martins Pena, projetadas de acordo com o design original criado pelo renomado arquiteto Sérgio Rodrigues, referência no mobiliário brasileiro.

Durante uma visita técnica realizada nesta terça-feira (10), o secretário de Cultura e Economia Criativa, Claudio Abrantes, explicou que as antigas cadeiras precisaram ser substituídas devido à composição inflamável dos materiais.

“Embora fossem do Sérgio Rodrigues, as cadeiras da Sala Martins Pena foram trocadas porque o material usado na época era tóxico e fácil de pegar fogo. Seguindo as recomendações do Corpo de Bombeiros do DF, fizemos a substituição”, afirmou o secretário.

As novas poltronas, projetadas em veludo e com estrutura em madeira, foram desenvolvidas para garantir segurança, conforto e melhorar a acústica da sala. “As cores escolhidas por Athos Bulcão serão mantidas, com um tom de laranja na Martins Pena. As cadeiras agora são mais ergonômicas e serão distribuídas de forma a garantir uma visão sem obstruções para todos os espectadores”, detalhou Abrantes.

Outro avanço importante é a instalação de uma central de água gelada para climatização do espaço. O sistema foi projetado para atender não apenas a Sala Martins Pena, mas todo o complexo do Teatro Nacional. “Isso trará mais conforto térmico para o público e também vai melhorar a qualidade do ar que circula no teatro”, explicou.

Com um investimento total de R$ 70 milhões, a primeira etapa da reforma, focada na Sala Martins Pena, já concluiu importantes intervenções, como a criação de duas novas saídas de emergência, novos banheiros e a instalação de um reservatório de água com capacidade de 350 mil litros para prevenção de incêndios.

As obras também incluem a restauração de dois painéis icônicos do artista Athos Bulcão, que decoram o foyer e a Sala Martins Pena. Protegidas durante as intervenções, as peças estão agora em processo de restauração. “A nossa parceria com a Fundação Athos Bulcão vai garantir a manutenção desses painéis, que, felizmente, estão em bom estado de conservação”, destacou Abrantes.

Antonela Sole, arquiteta responsável pelo projeto de restauro, comentou os desafios de preservar a originalidade do teatro, projetado por Oscar Niemeyer, enquanto se adequava às normas modernas de acessibilidade.

“Nossa missão era criar caminhos acessíveis e saídas de emergência sem interferir no projeto original de Niemeyer”, explicou.

Além das melhorias físicas, o Teatro Nacional terá um memorial em homenagem a Claudio Santoro e outras figuras que nomeiam as salas do complexo cultural, como Heitor Villa-Lobos, Alberto Nepomuceno e Martins Pena. A conclusão da reforma é aguardada com grande expectativa pelo público e pela comunidade cultural de Brasília.