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Saiba os sintomas da demência frontotemporal, que afetou Mauricio Kubrusly

Doença neurológicas degenerativa pode atingir funções como a memória e a fala, além de modificar a personalidade

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Considerada uma doença neurológica degenerativa incurável, a demência frontotemporal (DFT) pode se desenvolver de diversas formas e comprometer a memória, linguagem (leitura, escrita e fala), comportamento social, auto-organização e, em alguns casos, a capacidade de reconhecer faces e objetos. No domingo (20), o Fantástico noticiou que o jornalista Maurício Kubrusly, que trabalhou durante 34 anos na Rede Globo, após ser diagnosticado com a doença mudou-se com a família da cidade de São Paulo para a Bahia. No início deste ano, o ator Bruce Willis já havia sido diagnosticado com o mesmo transtorno. 

 

O médico neurologista do Hospital Santa Lúcia e membro titular da Sociedade Brasileira de Neurologia, Marcelo Lobo, explica que a demência frontotemporal é um transtorno não frequente que acomete principalmente os neurônios das regiões frontal e temporal do cérebro. “A doença não tem cura e pode se apresentar de forma variável no que diz respeito a área comportamental, bem como nas alterações de linguagem, entre  elas, dificuldade na fala primária progressiva”, disse.

 

Segundo ele, a DFP pode estar relacionada à presença de mutações genéticas em até 30% dos casos, sendo os principais genes envolvidos são MAPT, GRN e C9orf72. “Pessoas com DFT frequentemente exibem alterações marcantes em seu comportamento e personalidade. Isso pode incluir falta de inibição social, impulsividade, desinibição, apatia, comportamentos obsessivos ou compulsivos e dificuldade em tomar decisões”, descreveu o médico.

 

O neurologista ressalta que, geralmente,  o paciente manifesta dificuldade em encontrar palavras (afasia), compreender a linguagem ou problemas na fluência. “Embora o declínio cognitivo na DFT seja menos acentuado do que em algumas outras formas de demência, como o Alzheimer, ele pode ocorrer. Isso pode incluir dificuldades de raciocínio, resolução de problemas e planejamento”, afirmou.

 

Marcelo Lobo ressalta que à medida que a doença avança, algumas pessoas podem desenvolver problemas motores, como tremores, espasmos musculares ou rigidez.  

 

O diagnóstico é clínico, feito após uma entrevista sistematizada (anamnese), exames de imagem – como ressonância magnética – e neurológicos detalhados, principalmente, o PET-FDG. Sobre o tratamento, não há conduta médica específica para reduzir os sintomas da demência frontotemporal, já que eles são tratados de forma particular. No entanto, em todos os casos a fonoaudiologia pode ajudar as pessoas com problemas de linguagem.