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O médico Rodrigo Bastos é o convidado do GPS|Entrevista

Será que estamos deixando para trás a era das cirurgias com longo tempo de recuperação? Como um expoente da nova geração de cirurgiões plásticos, Rodrigo Bastos tem se destacado tanto na comunidade médica local quanto nas redes sociais. Seus métodos não apenas priorizam a naturalidade do rosto, mas também garantem uma rápida volta às atividades cotidianas após os procedimentos.

 

Convidamos o cirurgião para ser o entrevistado do nosso GPS|PODCASTing, onde ele compartilha as últimas inovações em técnicas de cirurgia plástica, procedimentos e tecnologia. A conversa foi conduzida por Paula Santana, nossa publisher e diretora de conteúdo. Confira na íntegra: 

 

Dr. Rodrigo, você faz parte desta nova geração de cirurgiões plásticos do País… Isso implica em revolução, em novas tecnologias?

Sim, Paula. Apesar de não ser um termo muito utilizado entre os cirurgiões, eu me considero sim da nova geração. O termo pode causar uma certa impressão de que viemos tomar o espaço de profissionais mais experientes, mas não é o caso. Estamos buscando o nosso próprio espaço e isso acontece em qualquer profissão. E, junto de uma nova geração vem sim novas tecnologias, cirurgias mais modernas. É inevitável porque sou um entusiasta do que é novo, do que é bom. E não adianta ser novo se não trouxer o melhor pro paciente. 

 

A gente pode então dizer, em vez de falar de nova geração de profissionais, novas gerações de tecnologias, de técnicas? A cirurgia plástica está em qual geração?

Hoje em dia o Brasil voltou a ser protagonista no cenário mundial da cirurgia plástica, tanto na cirurgia da mama, quanto cirurgia da face, contorno corporal, lipoaspiração… os cirurgiões plásticos dessa nova geração vem com muito estudo, e com certeza ele vai buscar melhorias. Hoje a tecnologia está em todos os procedimentos.

 

O Brasil se tornou muito conhecido e entrou no cenário mundial da cirurgia plástica na época do Dr. Ivo Pitanguy. E aí todos os outros cirurgiões vieram bebendo dessa fonte, e o Brasil se posicionou e agora ele está de volta. Quais são as técnicas que você acredita que são que justificam essa nova temporada de cirurgia plástica?

Eu acho que o que vem botando o Brasil novamente no protagonismo da cirurgia plástica mundial é a cirurgia da face,a cirurgia da mama e o contorno corporal (lipoescultura). A época da pandemia foi de muito, muito estudo. Não podíamos operar muita gente, estávamos todos em lockdown. Não tinha o que fazer. Então, nos voltamos para o aprimoramento de técnica e isso foi muito bom para cirurgia plástica brasileira e mundial, obviamente.

 

Então, a procura continua sendo pelos mesmos procedimentos: mama, face e o contorno do corpo. Qual é a melhor tecnologia? O melhor procedimento hoje no mercado que você considera revolucionário?

Com relação à cirurgia de face, o deep plane facelift e o deep neck, que são duas modalidades de lifting facial e cervical. São técnicas que já existem há mais de 25 anos, porém, de uns três, quatro anos para cá, elas vieram muito mais fortes pela naturalidade que elas concedem ao paciente.

 

Elas surgiram aonde?

Ambas nos Estados Unidos. Lá atrás, há mais de 25 anos, um cirurgião indiano desenvolveu o deep plane facelift e ele ficou meio de lado por todo esse tempo… mas há cerca de quatro, cinco anos, um cirurgião de Nova York trouxe a técnica pro cenário mundial novamente quando ele operou um grande estilista do mundo da moda, o Marc Jacobs.

 

O Marc Jacobs foi o personagem que trouxe de volta essa técnica. E qual a diferença?

 

O resultado natural, porque você via muitas pessoas celebridades com os liftings faciais de primeira e segunda geração que basicamente esticavam o rosto do paciente. E aí aparece o Marc Jacobs com um resultado completamente diferente, rejuvenescido. Isso destoa. A pessoa é estigmatizada por uma cirurgia, ou somente rejuvenescida, com uma aparência muito melhor.

 

O lifting de primeira geração esticava a pele, e a segunda geração esticava a pele e posicionava pouco o subcutâneo. E o de terceira geração, que é o deep plane facelift, é baseado no reposicionamento do subcutâneo. Então a pele que é retirada no procedimento é porque está sobrando. Eu não vou basear a cirurgia na retirada de pele, e sim no reposicionamento dos tecidos, que é o que muda completamente o rosto do paciente. Isso realmente confere um resultado muito mais belo.

 

E o que você chama de belo hoje é o resultado natural? Aquele rosto mais fresh, sem que as pessoas percebam que você fez algum procedimento, mas já identificando que tem algo diferente?

Exatamente. Eu sempre falo pro paciente que quero que ele chegue no evento, no casamento ou no trabalho, e que as pessoas reparem que ele está mais bonito, mas sem saber ao certo o que foi feito, porque as cicatrizes ficam melhor posicionadas: normalmente na frente da orelha, dando a volta e entrando no cabelo, ou rente ao cabelo, a depender da quantidade de pele que preciso retirar.

 

E os locais que você costuma modelar, são os mesmos? Os olhos ainda são preservados aqui no contorno, nessa parte mais angular… os locais são os mesmos, é só o procedimento que muda?

Sim, os locais são os mesmos. A região malar, que é essa região da maçã do rosto da mulher um pouquinho mais cheia. Existem também aquelas ‘desarmonizações’, mas esse não é o objetivo da minha cirurgia, porque eu prezo pelos meus pacientes.

Eu vou em cima desse ponto, dessa avalanche de procedimentos que a gente vem vendo, esse cardápio imenso que tem por aí… Qual a idade que você sugere para o início de um facelift?

Com relação à idade pra indicação, varia muito. Tem casos mais extremos como o paciente que perde muito peso. Faz uma cirurgia bariátrica e perde 40, 50, 60 quilos. Ele vai ter uma flacidez grande no rosto, mas normalmente, o envelhecimento começa a partir dos 40, 45 anos. Já é a hora da pessoa pensar na sua primeira cirurgia de face.

Isso é uma tendência mundial. Quando eu fui pra Nova York, eu vi o Dr. Daniel Becker, que foi meu mentor, operar mulheres de 38, 39 anos que queriam uma face rejuvenescida. Normalmente, mulheres russas são muito exigentes consigo mesmas em relação à beleza, estão sempre em busca da sua melhor versão.

 

E até que idade você coloca um paciente na mesa de cirurgia?

Não há limite de idade, desde que esteja com bom estado de saúde. É fato que existem pacientes com mesma idade em situações de saúde completamente diferentes. Minha paciente mais velha tinha 78 anos, obviamente, optamos por uma cirurgia menos invasiva e mais rápida justamente pela saúde dela. Se os exames, principalmente a parte cardiológica estão em dia, e a paciente não tenha muitas doenças associadas à cirurgia plástica, não tem limite de idade. Essa é a coisa boa da cirurgia plástica.

 

Para homens e mulheres, a técnica ou o procedimento é o mesmo?

A técnica é igual para homens e mulheres com relação ao reposicionamento de tecidos. Mas quando faço procedimentos com gordura na face, por exemplo, é completamente diferente. No homem eu preciso manter os traços mais masculinos, a mandíbula mais forte, o malar não muito projetado e o lábio menos carnudo.

A pergunta que todo mundo deve te fazer: por que se gasta rios de dinheiro com esses procedimentos não invasivos? Não seria melhor partir direto pra uma cirurgia plástica?

Essa é uma das perguntas que mais me fazem no consultório. E o que eu respondo pro paciente? Se você vai fazer um procedimento, faça, mas veja se a indicação é realmente adequada pra você. Não adianta eu querer corrigir a flacidez de um rosto enchendo ele com volume e tentando estimular colágeno, porque isso não vai dar certo. Eu corrijo flacidez tirando ela do rosto, e infelizmente só a cirurgia faz isso. Quando o paciente vem, ele tenta, gasta rios de dinheiro porque tem medo de fazer a cirurgia e ficar esticado.

 

Mas então, esses procedimentos são válidos? Porque eles só adiam a cirurgia, não impedem que em algum momento você possa precisar operar…

Sim, eles são muito válidos. E muitos desses procedimentos não adiam a cirurgia, porque podem inclusive atrapalhar o intraoperatório. Um paciente com preenchedor em excesso eu vou ter de ficar ali retirando produto de uma região que está super preenchida, sendo que eu poderia somente reposicionar os tecidos e preencher com gordura aquela região. O procedimento com a gordura leva muito tempo pra sair, mas alguns preenchedores já somem ao longo de um ano, um ano e meio.

 

Essas cirurgias menores, que muitas vezes são realizadas por médicos e outros profissionais que não são cirurgiões, elas podem ter algum tipo de risco? Principalmente o nariz, as pálpebras…

Toda cirurgia exige capacitação. Quando alguns profissionais que não são médicos se aventuram numa cirurgia plástica, eles podem até ter êxito em alguns casos, mas onde isso não acontecer, será desastroso. Eu não confiaria o meu rosto a um profissional que não é capacitado, e hoje, infelizmente, eu acho que as redes sociais criaram muitas pseudo-celebridades nessa área. Ela pode ser fantástica pra dar informação, eu uso meu perfil para divulgar meus estudos, congressos… e tenho muito a agradecer, pois devo boa parte da minha ascensão às redes sociais.

Falando de outros procedimentos, hoje existe uma nova técnica de cirurgia de mama chamada R24R. Que técnica é essa e porque ela vem sendo tão procurada?

A R24R é uma cirurgia de prótese mamária de recuperação rápida. Muitas mulheres não desenvolvem as mamas, chegam no consultório com elas bem pequenininhas. Elas querem um aumento, querem ter um decote, querem se vestir e ficar bem. Antigamente você precisava parar suas atividades, tirar férias e ficar muito tempo em repouso. Hoje em dia, não é mais necessário.

É uma técnica com muito estudo em torno dela, cirurgia muito segura. Eu acho que isso é o mais importante, operar com segurança acima de tudo. A maioria das tragédias que são noticiadas por aí são ambientes pouco seguros. A R24R é segura tanto na técnica quanto na anestesia, pois o paciente não sente ‘ressaca’. Hoje mesmo eu dei alta para uma paciente que fez a cirurgia e já estava conversando comigo na recuperação.

A procura por lipoaspiração é maior que as de cirurgia de face e da mama. Porque tá todo mundo engordando, querendo emagrecer, com gordurinhas acumuladas… E hoje a lipoaspiração também tem performado de maneira diferente. O que você tem a dizer sobre a lipo em si?

Nos últimos cinco anos, a lipoaspiração foi o procedimento que mais mudou na cirurgia plástica. A lipoaspiração, lipoescultura, Lipo HD, veio realmente revolucionando o mercado, a tecnologia tocou muito mais na lipaspiração porque são técnicas de retração da pele para tirar a flacidez, que agregam imensamente ao resultado. Hoje em dia se faz o enxerto intramuscular guiado por ultrassom porque é mais seguro. A cirurgia plástica vem avançando muito nesse quesito.

 

 

 

 

 

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