Às vezes uma busca aleatória nos streamings pode nos revelar uma surpresa incrível. Foi assim, sem nenhuma indicação, que cheguei a Diz que me ama, minissérie fantástica, escondida no catálogo da HBOMax.
É a história de três casais que estão passando por problemas de intimidade, e buscam a ajuda da terapeuta de casais May Foster. Os casais vivem fases diferentes em suas relações amorosas: Jamie e Hugo são jovens, estão noivos e questionam a fidelidade em sua relação; Carolyn e Palek estão tentando ter um filho; e Katie e Dave têm dois filhos, e enfrentam problemas seríssimos de relações afetivas.
Diz que me ama é um mosaico de arquétipos do mundo moderno, um retrato das crises afetivas que acometem os casais em diversas fases da vida. A possibilidade de, em algum momento, nos vermos na pele de alguns daqueles personagens é emocionante.
Em algum momento a Dra. May diz: “Exigimos muito do amor. Tudo que não gostamos em nós mesmos, esperamos que mude com o amor. É uma tarefa difícil para algo tão frágil”. E esse pensamento segue costurando todos os 10 episódios.
As questões individuais são mostradas, as vezes, de forma dolorosa – tanto nos silêncios incômodos que acontecem nas sessões de terapia, quanto nas cenas de sexo, que são interpretadas de maneira real e crua.
Aliás, um fato curioso é que em Diz que me ama não há uma trilha sonora. Em todas as sequências e cenas, ouvimos apenas os diálogos e os sons da vida como ela é. Somente ao fim de cada episódio toca uma canção (aliás, sempre uma canção belíssima).
Esse é um momento em que damos uma pausa e, inevitavelmente, somos levados a rever e refletir sobre tudo que assistimos no episódio. Um momento de muita emoção, sensibilidade e empatia pelos personagens.