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Mais conhecido como “Chifrudo”, monumento Solarius passará por reformas

Proposta do GDF é reformar não apenas a obra de arte, mas todo o espaço público ao redor dela
Alunos do segundo ciclo do RenovaDF, maior programa de capacitação profissional do País, vão atuar na restauração do monumento Solarius
Alunos do segundo ciclo do RenovaDF, maior programa de capacitação profissional do País, vão atuar na restauração do monumento Solarius. Foto: Paulo H. Carvalho/ Agência Brasília

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Alunos do segundo ciclo do RenovaDF, maior programa de capacitação profissional do País, iniciaram, nesta segunda-feira (19), a restauração do monumento Solarius, popularmente conhecido como o “Chifrudo”. Localizado à margem leste da BR-040, na altura de Santa Maria. A proposta do Governo do Distrito Federal (GDF) é reformar não apenas a obra de arte, mas todo o espaço público ao redor dela.

Presente no primeiro dia de trabalho das equipes, o secretário de Governo, José Humberto Pires de Araújo, destacou a importância do monumento e ressaltou o projeto do Executivo para transformar completamente a região. “Estamos começando a recuperação desse monumento muito importante para a história de Brasília. É um trabalho em conjunto: vamos trazer a CEB Ipes [Companhia Energética de Brasília] para iluminar; a Administração Regional de Santa Maria para retirar esses outdoors que impedem a visão clara do monumento; e também iremos trazer a Secretaria de Transporte e Mobilidade para dar condições às pessoas de pegarem o ônibus em lugar correto, porque a parada, além de não ter calçada, está totalmente recuada”, detalhou.

O secretário José Humberto Pires de Araújo fala aos alunos do RenovaDF sobre o monumento Solarius
O secretário José Humberto Pires de Araújo fala aos alunos do RenovaDF sobre o monumento Solarius. Foto: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília

Também será realizado um trabalho de identificação do monumento com informações relevantes sobre o Solarius, incluindo o contexto histórico e detalhes do artista francês Auge Falchi, responsável pela obra. “Haverá uma instrução clara em que a pessoa poderá acessar pelo telefone essas informações sobre o que esta obra representa para Brasília. A maioria das pessoas desconhece sua história”, completou o secretário.

A região, localizada logo após a divisa do DF com Goiás, abriga um verdadeiro polo logístico e industrial de Brasília, com grandes plantas para instalação de empresas que queiram crescer na capital. Não à toa, o governo investe em obras para ampliar a mobilidade da via, incluindo a pavimentação asfáltica para ligar a Avenida Monumental de acessos à condomínios de Santa Maria.

Vidas transformadas
Ao todo, foram escalados 50 alunos para atuarem na transformação do espaço e na reforma do Solarius. Os trabalhos serão executados por duas turmas, em diferentes períodos do dia. “O RenovaDF é um grande programa de qualificação profissional, mas, também, de resgate da cidadania e da esperança das pessoas que participam desse processo”, enfatiza o secretário de Desenvolvimento, Trabalho e Renda, Thales Mendes.

Uma das alunas a atuar na recuperação do monumento é Ruty Freitas, de 24 anos. Ela comemora a oportunidade de poder ajudar a tornar a cidade onde mora ainda mais bonita. “Eu acho sensacional chegar e já poder trabalhar na renovação desse monumento. É incrível, eu passo por aqui constantemente para vir ao curso e estar participando disso é um sentimento renovador, literalmente”, afirma.

Quem também celebra a participação no programa de qualificação profissional é Vanice Martins, 37 anos. A aluna do segundo ciclo do RenovaDF foi motivada pelos filhos a buscar a inscrição na iniciativa. “Eles me apresentaram o programa e, graças a Deus, eu fui contemplada. Estou gostando muito; ajudou bastante no crescimento deles e um deles já está inclusive trabalhando”, completa.

Histórico
Feito em estrutura de aço com chapas galvanizadas, o monumento Solarius tem 16 metros de altura e simboliza o movimento migratório dos brasileiros para a capital. Ferramentas como a foice e o facão aparecem na peça como representação do candango desbravando Brasília. O monumento também é conhecido como “Pioneiros Candangos”.

“Essa obra é uma iniciativa pessoal do escultor Auge Falchi, um artista francês que, em contato com artistas brasileiros e o movimento modernista, decide construir o monumento e então busca um embaixador do Brasil à época, que o incentiva a doá-lo para a nova capital”, acrescenta o superintendente do Arquivo Público do DF, Adalberto Scigliano.

Em 1967, a escultura foi doada pelo governo da França ao governo brasileiro, em homenagem à construção da nova capital. Vinda de Nice, ao sul do país europeu, a obra foi embalada em sete blocos de aço cortados e transportados para Brasília. A inauguração ocorreu no mesmo ano, em 23 de novembro, durante uma cerimônia que contou com autoridades brasileiras e francesas ao som da banda de música do Colégio La Salle.