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Venezuela rejeita relatório da ONU sobre eleições e sugere espionagem de funcionários

Governo de Maduro classifica documento como "irresponsável" e alega vazamento da ONU
O presidente Nicolás Maduro retrucou acusações de fraude e afirmou que entregará 100% das ata | Foto: Reprodução/ Instagram @nicolasmaduro
O presidente Nicolás Maduro retrucou acusações de fraude e afirmou que entregará 100% das ata | Foto: Reprodução/ Instagram @nicolasmaduro

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O governo de Nicolás Maduro repudiou um relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre as recentes eleições na Venezuela, insinuando que poderia ter espionado os funcionários do órgão que acompanharam o processo eleitoral no país. A revelação foi feita em um comunicado emitido pela chancelaria venezuelana nesta terça-feira (13/8).

Segundo o governo venezuelano, os membros do painel eleitoral independente da ONU tiveram acesso total às diversas fases do processo eleitoral no país, permitindo-lhes “comprovar o excelente funcionamento do sistema venezuelano”. Em vista disso, Caracas classificou o relatório como “irresponsável” e uma “propaganda que serve aos interesses golpistas da extrema direita”, em resposta às críticas feitas pelo documento sobre a falta de transparência nas eleições.

Ainda no comunicado, o regime de Maduro destacou que os quatro especialistas da ONU, que monitoraram o pleito, mantiveram “contato direto” com funcionários do Departamento de Estado dos Estados Unidos.

“Chama a atenção que, durante a estadia na Venezuela, os integrantes desse painel falso de especialistas tiveram contatos diretos com o Departamento de Estado dos Estados Unidos, razão pela qual não há dúvida de que suas declarações são produto de instruções hostis deste órgão”, afirmou a chancelaria venezuelana.

Embora tenha insinuado que os especialistas da ONU foram observados de perto pelo governo durante sua permanência no país, o governo venezuelano não apresentou provas concretas de que essa comunicação com Washington tenha realmente ocorrido. Até o momento, a ONU não se pronunciou sobre as acusações feitas pelo regime de Maduro.

As tensões entre o governo venezuelano e a comunidade internacional seguem em alta, principalmente em torno das questões de transparência e legitimidade do processo eleitoral no país. A denúncia de espionagem, somada à rejeição do relatório da ONU, adiciona mais um capítulo controverso ao cenário político na Venezuela.