GPS Brasília comscore

Veja em primeira mão a página 41 do livro Brevê, de João Palmo

O poema de hoje, no fim das contas, se interessa pelo fim das coisas

Compartilhe:

VENTO CONTRA

 

Tambores soaram,

sem ter nada nada porque soar.

Os ventos sopraram,

sem ter nada nada porque soprar.

Os sinos dobraram e nada,

nada vai começar.

Nada que a gente cante, espanta

o mal que teima em chegar e ficar.

E tudo será pra nada,

na tarde apagada.

 

Os ventos vieram

e varreram as louças dessa mesa,

deixando para trás só o pó

da nossa tristeza.

Nada escapa,

tudo já se acabou.

E vai ficar pior.

As coisas tinham um lugar,

veio o vento e as dissipou.

 

Veja todas as páginas anteriores: gpsbrasilia.com.br/author/joao-palmo ou no instagram do autor: https://www.instagram.com/joaopalmo/