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Abin de Bolsonaro usou programa secreto para rastrear pessoas, afirma jornal

Agência Brasileira de Inteligência usou software de monitoramento de celulares de forma irregular durante os três primeiros anos do mandato do ex-presidente

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Durante os três primeiros anos do governo Bolsonaro, a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) operou um sistema secreto de monitoramento da localização de cidadãos em todo o território nacional. A informação foi divulgada em reportagem do jornal O Globo nesta terça-feira (14).

Ainda segundo a reportagem, a ferramenta, chamada “FirstMile”, permitia, sem qualquer protocolo oficial, monitorar os passos de até 10 mil proprietários de celulares a cada 12 meses. O monitoramento era possível em aparelhos que usam as redes 2G, 3G e 4G. Para localizar um indivíduo, bastava digitar o número do seu contato telefônico no programa e acompanhar em um mapa a última localização.

Desenvolvido pela empresa israelense Cognyte (ex-Verint), o “FirstMilese baseia em torres de telecomunicações instaladas em diferentes regiões para captar os dados de cada aparelho telefônico e, então, devolver o histórico de deslocamento do dono do celular. De acordo com a reportagem, era possível ainda criar alertas em tempo real para determinado tipo de movimentação.

O Globo cita relatos de funcionários segundo os quais a prática suscitou questionamentos internos na Abin, uma vez que a agência estaria usando dados privados que não possui autorização legal para acessar. De acordo com a reportagem, o caso motivou a abertura de investigação interna. Procurada pela reportagem, a Abin disse que o sigilo contratual a impede de comentar o caso.