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Primeiro representante da Mega Models, Nivaldo fala sobre movimento do mercado

Imagine o mundo da moda há cerca de duas décadas. No começo de sua carreira, falar a idade podia ser um impeditivo no momento de fechar um job para uma modelo. Nas telas, jovens de 17 se passavam por mulheres de mais de 20 anos. Plus size, então, era um termo “inexistente”. Para as gerações Z e Alpha, esse cenário é difícil de conjecturar.

Anos passaram e, apesar de ainda ter um longo caminho a percorrer, o mercado passou a adotar mudanças de acordo com os confrontos propostos pela sociedade. No business desde 1999, Nivaldo Oliveira testemunhou essas transições. 

Primeiro representante da Mega Models, o brasiliense começou no ramo quando adquiriu um estúdio fotográfico. Segundo o próprio Nivaldo, tudo aconteceu muito rápido. 

“Logo conheci um modelo de Brasília que estava super bem posicionado em São Paulo, mas que teve que retornar para a capital. Conhecemos um fotógrafo e acabamos até montando uma própria estrutura de negativos. Assim, nós começamos a pegar clientes”, compartilha.

Foto: Cortesia

O primeiro momento de grande visibilidade para Nivaldo nesse universo foi ao organizar um evento de projeção nacional com Paulo Zulu e a Michelly Machri que teve uma enorme projeção e visibilidade nacional. “Foi aí que achei que era a hora de trazer uma grande agência de São Paulo para Brasília e fechei com a Mega”, conta. 

Com o avanço das reflexões no mundo como um todo, a inclusão passou a ganhar espaço na moda, mesmo que tardiamente. Nivaldo confessa que hoje basicamente tudo está diferente quando comparado aos primeiros anos de carreira. 

“A inclusão e a quebra de padrões foi revolucionária. As marcas que trabalham com perfis de clientes diferentes dos moldes até então impostos, usaram dela para dar mais verdade aos seus produtos. O impacto esteve relacionado com o fato de diversos perfis se sentirem vistos e tendo chance de fazer acontecer”, observa. 

O digital também foi responsável pelo “shift” na maneira de fazer o business. Antigamente, com o manuseio dos negativos (películas com fotografias em cores invertidas), os motoboys faziam viagens sem fim para levar os composites para cada cliente e esperando a escolha de cada job. Era comum ver um scouter na rua sempre à procura das “new faces”. 

 

Brasília e as brasilienses no cenário nacional e internacional

Seu “curso” foi a prática. Com o tempo e com as experiências adquiridas, Nivaldo aprendeu a distinguir os perfis certos para as vertentes fashion e comercial. 

Desde a época anterior à digital, ele lançou modelos de Brasília. Aline Nobre; Duda Benevides; Analú Campos, moradora da Samambaia e eleita duas vezes pela revista Maxim italiana como a Pelé das modelos brasileiras; Carol Leverger, hoje recém lançada na nova coleção da Arezzo, Havaianas, e no desfile da Dior em Paris; Alissa Zimerman, atualmente na campanha da C6 Bank e da Hering; Poliana Soares; Ana Ávila, e Jhonatan Burjack, morador do Guará que atuou como ator revelação em duas novelas da Globo, são apenas algumas dessas personalidades. 

Aline Nobre

Duda Benevides

Poliana Soares

Fernando Torquato, Gabriela Pires, Jhonantan Burjack e Nivaldo

Já a cidade também teve seu esplendor. Brasília costumava receber grandes eventos de moda, como o Capital Fashion Week e o Park Fashion Week, este fazendo com que a cidade aparecesse em terceiro lugar no cenário nacional. 

Campanhas internacionais também marcaram presença no Planalto Central. “Lembro muito de um comercial mundial que fizemos para o lançamento do primeiro perfume da Madonna, dirigido pelo aclamado Guy Ritchie, assim como fizemos o tour mundial da Pierre Cardin ano passado”, recorda Nivaldo. 

Ao continuar sua visita ao passado, Nivaldo relembra algumas das maiores modelos já vistas em sua opinião, como Isabeli Fontana, Renata Kuerten, Izabel Goulart, Ana Claudia Michels, Alessandra Ambrosio, Raquel Zimmermann, Adriana Lima, Gisele Bundchen, entre outras inúmeras, sendo as brasileiras sempre as de maior destaque no mercado. 

 
 
 
 
 
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Foto: Reprodução/Instagram

Para o futuro, Nivaldo afirma que, ao seu ver, os modelos e os desfiles presenciais nunca desaparecerão, já que, até no pós-pandemia, as pessoas sentem a necessidade de calor humano e de sentir aquela adrenalina que só os eventos proporcionam.

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