Redação GPS Em sua bio no instagram ele se apresenta como cartunista, caricaturista, chargista e músico. Paulo José Hespanha Caruso, o Caruso, irmão gêmeo de Chico Caruso, também cartunista, morreu na manhã deste sábado.
Ao longo de cinco décadas contou história do Brasil por meio dos seus desenhos ágeis e afiados de fatos e personagens que compuseram a trajetória política social do País. Começou a trabalhar como chargista no final dos anos 1960, no jornal Diário Popular. Nos anos 1970, colaborou com o lendário O Pasquim .
Em 1981, Paulo lançou a página de humor Bar Brasil, na revista Careta. Em 1988, começou a publicar a coluna Avenida Brasil na Isto É, retratando ironicamente o Brasil das décadas de 80 e 90.
Desde 1987 participava do programa Roda Viva, na TV Cultura, desenhando em tempo real fragmentos do personagem entrevistado. Foram mais de duas mil charges ao longo deste tempo, traçando ícones das artes, cultura, ciência, tecnologia e política.
Paulo José de Hespanha Caruso nasceu em São Paulo, em 6 de dezembro de 1949, oriundo de famílias italiana, portuguesa e espanhola. Paulo era irmão gêmeo do também cartunista Chico Caruso.
Cursou arquitetura na Universidade de São Paulo (USP) no início dos anos 1970, mas nunca exerceu a profissão.
Paulo teve uma trajetória individual bem pontuada, sempre esteve com o irmão, apesar de nunca atuarem juntos oficialmente.
Ambos começaram cedo na arte. Já aos cinco anos pintavam e brincavam com desenhos incentivados pelo avô, um artista amador. Aos 14 anos, 1964, veio o Golpe Militar. A partir daí, foi questão de tempo para que a arte dos irmãos se politizasse e os levasse para os jornais da época.
Caruso atuou com Millôr Fernandes (1923-2012), Jaguar e Ziraldo. Também foi autor de cinco publicações e recebeu vários prêmios. Na música, em 1985, chegou a formar uma banda chamada Muda Brasil Tancredo Jazz Band, com o irmão, Luis Fernando Verissimo, Aroeira e Cláudio Paiva.
