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Antes de aumentar hotéis, PPCub gerou discordância entre Iphan e CLDF

Órgão federal de preservação se manifestou contra a expansão dos prédios, contrariando texto aprovado
Devido a proximidade com a Esplanada dos Ministérios, no Setor Hoteleiro Norte ficam alguns dos hotéis mais procurados | Foto: Paulo H. Carvalho/ Agência Brasília
Devido a proximidade com a Esplanada dos Ministérios, no Setor Hoteleiro Norte ficam alguns dos hotéis mais procurados | Foto: Paulo H. Carvalho/ Agência Brasília

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O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) tem se posicionado firmemente contra o aumento da altura dos prédios nos Setores Hoteleiros Norte e Sul de Brasília. Em um parecer técnico elaborado em 2019 e reiterado em 2021 e setembro de 2023, o Iphan expressou suas preocupações em relação à proposta de expansão dos edifícios na região. A informação é do Metrópoles.

De acordo com o documento obtido pelo portal, o Iphan destacou as questões relacionadas às proporções entre os prédios baixos e altos, que são uma característica fundamental dos setores na área tombada da capital federal.

O órgão federal alerta para o risco de comprometimento da diversidade na altura das edificações, que é uma marca registrada de Brasília.

“O assunto foi objeto do parecer técnico nº 32/2019/COTEC Iphan-DF, onde expusemos nossas preocupações sobre o problema compositivo (alteração das proporções entre os volumes dos edifícios baixos e altos) e questões urbanísticas (ex.: acessibilidade, calçadas, estacionamentos, arborização), com risco de afetar severamente as áreas públicas”, destaca um trecho do parecer técnico.

Apesar da manifestação contrária do Iphan, a Câmara Legislativa (CLDF) aprovou o Plano de Preservação do Conjunto Urbanístico de Brasília (PPCub) na semana passada, permitindo o aumento de 16 hotéis nos Setores Hoteleiros Norte e Sul, passando de 3 para 12 andares. Essa decisão vai de encontro às recomendações do órgão federal de preservação.

O Iphan sugeriu a exclusão do aumento dos prédios baixos do PPCub e o aprofundamento das análises sobre os impactos da expansão, argumentando que os mesmos não estão suficientemente claros.

No entanto, a Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação (Seduh) optou por manter a autorização para a elevação dos edifícios, ignorando as recomendações do Iphan.