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Produção brasileira brilha em Veneza com o prêmio de melhor roteiro para Ainda Estou Aqui

Filme de Walter Salles sobre a ditadura conquista prestígio no 81º Festival de Veneza
Fernanda Torres foi destaque no festival
Fernanda Torres foi destaque no festival | Reprodução

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O cinema nacional alcançou mais um marco importante no cenário internacional. Neste sábado (7), os roteiristas Murilo Hauser e Heitor Lorega foram premiados no 81º Festival de Veneza com o título de Melhor Roteiro pelo filme Ainda Estou Aqui, dirigido por Walter Salles.

A produção retrata o desaparecimento do engenheiro e político Rubens Paiva, em 1971, durante os anos de chumbo da ditadura militar brasileira.

O roteiro do filme é baseado no livro escrito por Marcelo Rubens Paiva, filho da vítima, que narra a trajetória de seu pai e os impactos do desaparecimento político.

Murilo e Heitor transformaram essa dolorosa história em um drama que chamou a atenção do júri internacional. “Contar essa história foi um desafio imenso, mas também uma forma de preservar a memória de tempos sombrios do nosso país”, afirmou Murilo Hauser.

Pedro Almodóvar leva o Leão de Ouro

Embora o filme brasileiro tenha brilhado no quesito roteiro, o prêmio mais cobiçado do festival, o Leão de Ouro, foi entregue ao cineasta espanhol Pedro Almodóvar, por seu filme La Habitación de al Lado. O diretor se emocionou ao receber a honraria e aproveitou o discurso para defender o direito à eutanásia. “O ser humano deve ser livre para viver e para morrer quando a vida se tornar insuportável”, declarou Almodóvar.

A atriz brasileira Fernanda Torres (foto em destaque), uma das protagonistas de Ainda Estou Aqui, também estava na disputa pelo prêmio de Melhor Atriz, mas a Coppa Volpi foi entregue à atriz australiana Nicole Kidman por sua atuação em Babygirl

Kidman não pôde comparecer à cerimônia devido à recente perda de sua mãe, mas sua performance foi amplamente aclamada pela crítica.

Destaques

O Festival de Veneza deste ano também celebrou outras produções de destaque, incluindo o Grande Prêmio do Júri para Vermiglio, de Maura Delpero, e o Leão de Prata de Melhor Diretor para Brady Corbet, por The Brutalist. O Prêmio Especial do Júri foi concedido a April, dirigido por Dea Kulumbegashvili.