O ciclismo é considerado, no mundo dos esportes, uma atividade física completa e extremamente benéfica tanto para a saúde física quanto para a mental. “Pedalar melhora o condicionamento cardiovascular, fortalece pernas e core, ajuda no controle de peso e tem baixo impacto nas articulações, o que o torna ideal também para quem busca longevidade no esporte”, explica o educador físico e nutricionista Lucas Resende.
Os músculos mais exigidos durante a prática são os quadríceps, os isquiotibiais (posteriores da coxa), os flexores da coxa e os glúteos, além de panturrilha, tornozelo, tronco, abdômen, costas e ombros, que também são bem trabalhados. Porém, foi no psicológico que Lucas sentiu a maior diferença ao começar a pedalar. “Na perspectiva mental, eu considero uma terapia corporal, onde parte dos meus problemas emocionais e da minha psiquê reverberam em meu corpo e, quando pedalo, consigo reduzir substancialmente essas cargas”, destaca.
“O ciclismo proporciona uma sensação de liberdade única, seja na estrada, na cidade ou na trilha, e isso tem um impacto positivo direto na saúde mental. Para muitas pessoas, pedalar é mais do que exercício: é uma terapia em movimento, é um estilo de vida”, acrescenta.

Lucas Resende
E a paixão de Lucas pelo ciclismo é compartilhada com seu irmão, o matemático Pedro Resende. “O ciclismo mudou minha vida”, revela em entrevista a GPS|Brasília. Ele conta que começou a pedalar durante a pandemia, quando passava por quadros graves de depressão e ansiedade. “Antes de começar a pedalar, eu não tinha muito autocontrole e nem autoestima, bebia muito, tomava vários remédios e não conseguia controlar minhas emoções direito”, relembra.
Pedro começou, então, a pedalar duas ou três vezes na semana. “Comecei com uma bicicleta barata, bem diferente do meu tamanho, ela fazia milagres”, brinca. Por ser competitivo, passou a treinar mais vezes e a investir um pouco mais de dinheiro – e foi aí que se apaixonou pelo esporte. “Agora vejo que sou uma pessoa mais racional, tenho mais autoestima e autocontrole na minha vida e consigo ter mais concentração”, avalia. “Parei de tomar todos meus remédios e nunca mais coloquei um antidepressivo ou um remédio para dormir na boca”, celebra.
Sobre a saúde física, as principais mudanças que notou foi na disposição para atividades que envolvem qualquer tipo de movimentação, além do alívio de dores nas costas e nas pernas. “E o ciclismo é uma modalidade que eleva substancialmente os gastos calóricos: tem dias que eu gasto quatro mil calorias”, observa. “Assim, posso comer de tudo sem me preocupar muito”, confessa.

Pedro Resende
E para aqueles que desejam começar no ciclismo, seja por hobby ou por questões de saúde, aqui vão algumas dicas: “Não precisa ter experiência prévia, mas algumas orientações fazem toda a diferença para começar com segurança e prazer”, comenta Lucas. Primeiramente, é importante escolher uma bicicleta adequada ao seu objetivo: “pode ser uma speed, MTB ou urbana, e nem precisa ser a mais cara”, diz.
Depois, invista em alguns itens essenciais, como capacete, luvas, sinalização e, se possível, vestimentas adequadas com forro e bolsos para garantir conforto nos pedais. “Comece com percursos curtos, em locais seguros, e vá ganhando confiança. Pedalar em grupo ou com uma assessoria pode acelerar o aprendizado e tornar a experiência muito mais motivadora”, sugere o educador físico.
“O mais importante é respeitar seu ritmo e curtir o processo. O ciclismo é uma jornada que começa com uma volta no quarteirão e pode te levar muito longe, e quando isso acontece o prazer e satisfação são enormes. Lembro de quando fiz meu primeiro pedal para Alto Paraíso, foram 200km, e a sensação da potência que nosso corpo tem de chegar em locais que só imaginava chegar de carro é única e incrível”, conclui.

Lucas Resende