O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), foi vaiado pelas pessoas presentes em um evento de entrega de moradias do programa “Minha Casa, Minha Vida” em Maceió, capital de Alagoas, nesta sexta-feira (10). O presidente Lula afogou Lira, afirmando que o ato tinha caráter institucional, e não partidário, por isso não caberia vaia aos políticos presentes.
“A gente precisa apenas a aprender a respeitar quando o ato é institucional, um ato institucional não tem cor partidária. Porque, senão, fica difícil para um presidente da República viajar para inaugurar coisas, porque as pessoas que vem aqui são convidas por nós. E ninguém leva ninguém na sua casa para ser vaiado”, afirmou Lula.
As vaias aconteceram durante discurso de Lira, que citou o pai, o ex-senador Benedito de Lira, que hoje é prefeito de Barra de São Miguel (AL) e o presidente do Congresso reclamou: “O meu pai, que muitos aplaudem e muitos vaiam, mas eu duvido, eu duvido que um morador que vai ser atendido por essas casas esteja vaiando hoje. Isso é uma falta de respeito! Isso é uma falta de respeito”, disse.
Lira não foi o único vaiado no evento, o prefeito de Maceió, João Henrique Caldas (PL-AL), e o governador de Alagoas, Paulo Dantas (MDB-AL) também foram, mas não com tanta intensidade.
Lira fez críticas à articulação política do governo Lula e o Congresso, chamou o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, que é o responsável pela interlocução do Executivo com o Legislativo de “incompetente” e “desafeto pessoal”.
Na época, o deputado chegou a dizer a aliados que deixaria propostas criticadas pelo governo avançar e cogitou abrir CPIs que poderiam gerar desgaste ao governo. Após as críticas do deputado, Lula se reuniu com Lira para amenizar a situação.
Lula participou da entrega de unidades do programa Minha Casa, Minha Vida na capital alagoana. Ele defendeu que as casas tenham uma boa estrutura, e que as famílias de baixa renda também gostam de morar em boas áreas e utilizar produtos de qualidade. “As pessoas acham que a gente nasceu para ficar em boteco tomando cachaça. Não é assim que é o pobre”, afirmou.
O petista também fez críticas a especialistas que apontam problemas na condução econômica do governo. “Se eu pudesse estudar eu teria sido economista. Pense num bicho esperto que é economista. Sabe de tudo quando é oposição. Porque quando chega no governo não sabe de nada”, disse.