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Doenças de verão: saiba quais são e como evitá-las – Parte 1

Algumas enfermidades, como o pano branco e a dengue, se proliferam mais nesta estação
Doenças de verão - saiba quais são e como evitá-las - parte 1
Reprodução/Unsplash

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Com a chegada do verão, as altas temperaturas e o aumento da umidade criam condições propícias para o surgimento de diversas doenças. Torna-se, portanto, crucial adotar medidas preventivas a fim de evitar complicações decorrentes das condições climáticas. Esta estação favorece não apenas problemas de pele, como a pitiríase versicolor, conhecida como pano branco, mas também a propagação de doenças transmitidas por mosquitos, como a dengue.

É essencial que as pessoas estejam cientes dos riscos associados a essas doenças sazonais e adotem medidas proativas para proteger sua saúde durante esse período desafiador. Além disso, é necessário compreender as ações recomendadas em caso de contração dessas enfermidades.

Pano Branco

De acordo com o Dr. Arthur Seabra, clínico geral e coordenador da Emergência do Hospital Santa Lúcia, o pano branco, ou pitiríase versicolor, é uma infecção fúngica cutânea que se manifesta principalmente em regiões do tronco e extremidades superiores. “Essa doença apresenta manchas com variações de cores, do branco ao vermelho/castanho”, explica o Dr. Seabra.

Os primeiros sintomas incluem máculas e placas hipocrômicas, hipercrômicas ou eritematosas, acompanhadas por escamas finas, resultando em lesões esbranquiçadas ou avermelhadas, irregulares e descamativas.

O especialista enfatiza a relação direta da enfermidade com o verão, explicando que os fatores climáticos, como calor e umidade, favorecem o desenvolvimento do pano branco, tornando a estação propícia para a sua ocorrência. Embora as complicações geralmente estejam relacionadas à descoloração da pele, que pode persistir por semanas, a prevenção é fundamental. “O uso de roupas leves e arejadas, preferencialmente com tecidos não sintéticos, é recomendado”, destaca o médico.

A transmissão ocorre pelo fungo Malassezia, presente na microbiota da pele humana em mais de 90% dos casos. “Além do clima quente e úmido, fatores como a hiperidrose (transpiração excessiva), excesso de lipídios na pele (pele oleosa) e predisposição genética contribuem para a transformação do fungo em uma forma patogênica, levando ao desenvolvimento da doença clínica”, conclui o especialista.

Dengue

A Dengue, doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, também surge como uma preocupação durante o verão. “Os principais sintomas incluem febre, prostração, dor retroorbitária, vômitos, dor muscular, dor articular, cefaleia e diarreia aguda”, aponta o Dr. Seabra.

Na forma hemorrágica, há sinais de alarme. “A necessidade de internação surge nesses casos, além de outros sintomas, como dor abdominal intensa, hipotensão, disfunção renal, sonolência, agitação, desorientação, desmaios e sangramentos ativos”, confirma o médico.

A proliferação do Aedes aegypti durante o verão está relacionada principalmente às chuvas frequentes, que resultam no acúmulo de água parada em locais como piscinas não tratadas, calhas sem manutenção e entulho acumulado.

“O tratamento da Dengue envolve hidratação vigorosa, antitérmicos como dipirona e paracetamol, medicações para controle de enjoos e probióticos nos casos de diarreia”, explica o Dr. Seabra. Grupos de risco incluem idosos, gestantes, pacientes imunossuprimidos e crianças, sendo estes últimos vulneráveis devido à dificuldade na aceitação de ingesta hídrica abundante.

Quanto ao aumento de casos no Distrito Federal, o especialista analisou. “Está ligado ao combate ineficiente aos reservatórios de água parada, tanto por parte da gestão pública sanitária quanto pela população em geral”, explicou.

Sobre a vacina contra a Dengue, ela é crucial, permitindo uma resposta mais eficiente do sistema imunológico, impedindo a replicação do vírus e a instalação da doença.