O custo de alugar um imóvel no Distrito Federal subiu 26,19% apenas em 2024, conforme aponta o mais recente boletim do Sindicato da Habitação do DF (Secovi-DF). A escalada nos valores já afeta o orçamento de milhares de moradores e pode se tornar ainda mais crítica diante da manutenção da taxa Selic em 14,25% ao ano — o maior patamar desde o início da década.
Segundo o especialista em mercado imobiliário Daniel Claudino, o cenário de juros altos contribui diretamente para o aumento da procura por locações, ao encarecer o financiamento da casa própria. “Com o crédito mais caro, muita gente desiste de comprar e acaba optando por alugar. Isso aumenta a demanda e pressiona os preços, principalmente em áreas valorizadas como o Plano Piloto e Águas Claras”, explica.
Além de afetar os compradores, a alta da Selic também compromete a construção civil. Claudino aponta que o crédito mais restrito desestimula incorporadoras a lançarem novos empreendimentos, o que reduz a oferta de imóveis para locação. “Com menos unidades sendo construídas e mais pessoas buscando alugar, temos uma combinação perigosa para o bolso do inquilino”, alerta.
De acordo com o especialista, a situação exige atenção não só de quem deseja financiar um imóvel, mas também de quem já vive de aluguel. “O mercado de locação é um dos primeiros a sentir os efeitos da restrição de crédito e da desaceleração nos lançamentos. É uma reação em cadeia provocada por um ambiente de juros elevados.”
Com o quinto aumento consecutivo da Selic decidido pelo Comitê de Política Monetária (Copom) em março de 2025, as perspectivas para o restante do ano não são animadoras. Especialistas recomendam planejamento financeiro e acompanhamento constante das movimentações econômicas como formas de mitigar os impactos.