Uma audiência na Câmara dos Deputados com a presença do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, foi marcada por bate-boca e troca de acusações entre o titular da pasta e deputados de oposição ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A confusão teve início após Haddad ter sido provocado pelos deputados Carlos Jordy (PL-RJ) e Nikolas Ferreira (PL-MG) sobre o que chamaram de “gastança” no governo petista.
Os parlamentares aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) criticaram os recentes aumentos de impostos, que, segundo a dupla, não têm trazido resultados concretos para reduzir os déficits nas contas públicas.
Na ocasião, o titular da Fazenda classificou o comportamento dos parlamentares, que saíram da audiência antes de ouvirem a réplica, como “molecagem”, dando origem ao bate-boca.
“Agora aparecem dois deputados, fazem as perguntas e correm do debate. Nikolas sumiu, [fez perguntas] só para aparecer. Pessoas falaram, agora tenham maturidade. E corre daqui, não quer ouvir explicação, quer ficar com o argumento dele. Não quer dar chance de o diálogo fazer ele mudar de ideia”, disse o petista.
O ministro prosseguiu a fala discordando da postura dos deputados. “Esse tipo de atitude não é bom, venho aqui para debater. Esse tipo de atitude de alguém que quer aparecer na rede e some. É um pouco de molecagem, e isso não é bom para a democracia.”
Ao tomar conhecimento da fala de Haddad, Jordy retornou ao plenário, pediu direito de resposta e disparou contra o ministro: “Eu estava em outra comissão. O ministro nos chamou de moleque. Moleque é você, ministro”.
“Aceitou um cargo dessa magnitude e só fez dois meses de [faculdade] economia. Moleque é você por ter feito com que o nosso país tivesse o maior déficit da história. Governo Lula é pior do que uma pandemia”, seguiu o bolsonarista.
Em seguida, foi a vez de Nikolas questionar as falas do ministro até ser interrompido pelo deputado federal Rogério Correia (PT-MG), que presidia a audiência. O parlamentar disse que removeria dos registros da Casa as ofensas dos bolsonaristas. O petista até tentou restaurar a ordem no plenário, sem sucesso. Diante do impasse, decidiu encerrar a sessão.